O projeto de extensão Quebra-cabeças de Matemática, do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) da UFMG, foi destaque na categoria Hors-concours do 6º Prêmio Impa de Jornalismo, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). O prêmio foi concedido ao jornal Folha de S.Paulo, que, desde abril do ano passado, publica os desafios desenvolvidos pelo grupo nas páginas impressa e on-line da Folhinha, o suplemento infantojuvenil do jornal.
Os quebra-cabeças que contêm os desafios também estão disponíveis no portal da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Eles são apresentados de forma lúdica, buscando despertar o interesse de alunos do ensino fundamental e do público em geral para a matemática. Os quebra-cabeças podem ser propostos em escolas e feiras de matemática, a fim de incentivar o raciocínio lógico por meio da aplicação de conteúdos elementares da disciplina.
A professora Aniura Milanes Barrientos, do Departamento de Matemática do ICEx, conta que o projeto surgiu quando Cláudio Landim, diretor adjunto do Impa e coordenador da Obmep, ficou sabendo dos quebra-cabeças que alunos da graduação haviam desenvolvido. A atividade se deu em uma disciplina sobre a organização de festivais e feiras de matemática que era ministrada pela professora Aniura. “As feiras são atividades extracurriculares. Elas devem ser organizadas com base em desafios matemáticos que estimulem os participantes”, conta.
Ao fim da disciplina, os alunos de Aniura produziram os desafios matemáticos, que foram testados com alunos do Centro Pedagógico da UFMG e do Colégio Rouxinol Nelsa Rocha, na região da Pampulha. Posteriormente, os quebra-cabeças foram disponibilizados no Portal da Obmep, onde podem ser acessados por professores que queiram utilizá-los em suas aulas ou por qualquer pessoa interessada em desafios matemáticos.
Desenvolvimento de habilidades
Aniura Barrientos explica que os quebra-cabeças são desafios que podem ser classificados como problemas e, para ser resolvidos, exigem o uso de diversas habilidades.
“Quando se vai resolver um problema de matemática, há várias habilidades que devem ser colocadas em funcionamento. Inicialmente, você precisa entender o enunciado, o que já exige o uso da habilidade de interpretação de texto. Depois, é preciso extrair informações relevantes do texto para resolver o problema e, com base em sua compreensão, você mobiliza os conhecimentos de matemática já consolidados”, explica a professora.
Assim, a resolução dos quebra-cabeças não lida apenas com o desenvolvimento das capacidades matemáticas do aluno. “Isso torna a resolução dos problemas interessante porque faz o estudante usar habilidades que serão importantes em vários aspectos de suas vidas”, acrescenta.
Além do desenvolvimento estudantil, Aniura afirma que os quebra-cabeças, quando trabalhados em sala de aula pelos professores, podem contribuir para a diminuição da rejeição que muitos estudantes têm pela matemática. “Eles engajam até as crianças que não têm tanta facilidade com a disciplina. Elas participam tanto da resolução quanto da elaboração de novos desafios”, conclui Aniura.
Os quebra-cabeças do projeto foram desenvolvidos pelas professoras do Departamento de Matemática, Aniura Milanes Barrientos e Carmen Rosa Giraldo Vergara, e do Colégio Técnico (Coltec) da UFMG Nora Olinda Cabrera Zúñiga. Também participaram os estudantes Leandro Augusto Rodrigues Araújo e Taciany da Silva Pereira.
Outras informações sobre o projeto de extensão podem ser encontradas nas redes sociais.
Sobre o prêmio
O Prêmio Impa de Jornalismo tem o objetivo de estimular a publicação de reportagens jornalísticas sobre Matemática, Ciência e Tecnologia no Brasil e reconhecer trabalhos de excelência que aproximem esses temas da sociedade. O prêmio Hors-Concours, por sua vez, é uma categoria que visa reconhecer as parcerias que contribuem substancialmente para a divulgação da matemática.
